06 fevereiro 2010

uma criancinha perdida no parque chora pela mãe, foi assim que Anna descreveu seu sentimento. Algo como uma perda muito grande de chão, uma confusão, uma necessidade de sua mãe. A psicologa atenta a cada gesto da paciente apenas observava; notara sinais de confusão e depressão, mas gostaria que a paciente notasse isso.
Durante uma hora Anna contou como se sentia, enquanto a sua psicologa apenas ouvia, ouvia e ouvia. Ao dar pesarosos passos para fora do consultório Anna reentrava na confusão e o sentimento de alivio passara.
Era como se o mundo girasse em sentido aleatorios, apenas para deixa-la tonta. Sem dizera que tudo ocorrera apos uma mudança repentina no modo de agir de sua mãe, quando apenas tinha 12 anos. Relembrava exatamente da mãe carinhosa, atenciosa, da mãe com jeito de mãe; mas ao entrar em casa se deparava com uma mãe não mãe. Gritos e ataques, diminuições e humilhação faziam parte do seu dia a dia. Fazia o maximo,( ha se fazia!), para se a filha perfeita, mas nada bastava. Sempre seria aquilo que a mãe lhe acusava naquela semana, vida. A ultima definição, se não estava errada, era de uma lesbica, alcoolatra, drogada, puta, que a odiava.
Anna lutara, (ha como lutara), contra as atitudes da mãe, mas sempre acabara sendo pintada como a errada e como quem necessitava dizer desculpe, inclusive na frente do pai. Como era ridiculo.
Naquele dia em especifico, apos lágrimas e humilhações repetidas, arrumara as malas. A sua psicologa não atendia, mas mesmo sem ela não via outra solução, deveria ir embora. Mas pra onde? E com que dinheiro? não havia como, não ainda. Mas sabia, (ha como sabia!), deveria sair daquele lugar. Largara as malas, andava até a sala, onde assistiria o filme mais triste que conhecia, tudo para tentar convence-la de que aguentaria mais um pouco naquele lugar.