23 dezembro 2009

porque eu ainda estou tentando entender o motivo disso, resolvi salvar: [tá tem outros motivos[?] mas non preciso falar]

as anyone really been far even as decided to use even go want to do look more like? diz:
*i'm a stranger, but i still can make you smile. ~
or i think so.

and this time, hope your family don't go nutz and bring u down.
Vanee [pato pato pato ganso] diz:
*yes, u can make me smile ;D
that's what i like about you
has anyone really been far even as decided to use even go want to do look more like? diz:
*so, duck duck goose lady.
i shall now, depart and leave you by yourself.
but remember, that i do care about ya.~

and beware pidgeons.
they poo.


[e 10 reais pra quem me explicar o nick do ser o-õ]

07 dezembro 2009

Aconteceu num pub de um pequeno bairro de uma enorme cidade; naquele ambiente frenético, cheio de vida e dor trazido pelo blues cantando por mulheres e homens de histórias sofridas, ocorreu o encontro de duas almas que perderam uma parte de suas almas gêmeas.
O bar, com as suas cadeiras desconfortáveis estavam ocupadas por casais flertando; bêbados reclamando de uma briga com a esposa; uma moça morena com olhos melancólicos e uma mulher, com sua idade próxima aos sessenta anos. O barmen corria de um lado ao outro preenchendo copos semi-vazios. Destes apenas a mulher de sessenta anos era uma regular; o próprio barman era substituto, uma vez que o regular tinha acabo de ter sua primeira filha.
Com o olhar apurado a mulher observava cada um dos ocupantes das cadeiras, era desta observação, de longas horas de conversa com um escolhido e de sua história que ela se inspirava para cantar. Essa noite parecia comum, até notar o olhar melancólico da jovem morena. Com destreza pediu outro copo de whisky, e caminhou em direção a jovem moça, se acomodando numa banqueta desconfortável próxima. Utilizou-se de sua voz marcante para chamar a atenção de todo o bar, começará a cantar uma música escrita, um dia, pelo seu coração; cantava sobre um amor perdido, enquanto lágrimas caiam nos olhos da jovem.
Ao final da triste canção, estendeu um lenço à jovem – Lágrimas por alguém que se foi querida? A jovem moça deu-lhe um olhar assustado, que logo se transformou num gesto de afirmação, as lágrimas ainda caiam com força de seus olhos. Um sorriso de compreensão se estendeu sobre o rosto marcado pela idade. Um copo foi preenchido logo a frente de ambas, - Tome, por conta da casa. Um gole demorado encontrou o copo e as lágrimas fluíram sobre o vidro.
-Obrigada pela canção, como a senhora sabia?
-Senhora, esta no céu querida. E sei reconhecer a face de alguém que perdeu um amor. Faz quanto tempo querida? E o que fazes num lugar como este, onde tudo que se pode fazer é ou abrir espaço para melancolia ou cantá-la para fora?
Um olhar confuso passou pelo rosto da jovem moça. – Dois anos. E visito a melancolia neste dia em especial. A senhora, quer dizer você, perdeu alguém? – a voz tremula e tropeçante da jovem questionou.
Um sorriso saudoso estampou o rosto da mulher – Meu marido, há vinte anos. Uma súbita pausa deixou clara a ainda presente dor de saudade. – O que fez o seu hoje especial para visitar a melancolia?
- Você conseguiu se apaixonar, ou amar alguém depois de seu marido? Hoje, em especial, me vi não apaixonada, novamente, por um homem que merecia. Sinto como, e escuto que já é a hora de tentar deixar para trás, e recomeçar. Mas toda vez me vem esse sentimento, de como se eu estivesse traindo o falecido; então vêm as lágrimas e...
Ao quase termino de sua frase lágrimas calaram a jovem moça. A mulher lhe empurrou o copo, e deu-lhe um toque compreensível na cabeça. – Cada caso, minha menina, é um caso. A minha história me ensinou ser possível amar. A sua pode fazer o mesmo. Mas querida, tem algo que você deve entender, este sentimento de dor, que a tamanha saudade lhe causa, irá aos poucos diminuir, e não fará sentido o quando, apenas ocorrerá. O que acontece com o amor não que ele para e sim que você se acostuma com ele, e percebe menos. Um dia irá chegar, e você, apesar da saudade, irá perder essa sensação de traição; porque será nessa hora, que o seu coração vai ter se acostumado com a dor da saudade e com a dor da perda desse amor. Não há racionalidade, minha querida, é uma questão de costume. O amor em si nunca morre.
Enxugando as lágrimas a garota olhou no fundo dos olhos da mulher, e a melancolia de ambas se encontrou por alguns minutos de silencio e calamidade a sua volta. Ao fim do silencio, palavras de agradecimento foram lançadas ao ar, notas passaram pelo bar. A porta se abriu e ficou a repetir o movimento de abrir e fechar, até que se encontrou com o batente. A mulher enxugou suas lágrimas, bebeu um gole do copo, levantou-se e se pós a cantar a melancolia de sua breve conhecida e de seu coração,acostumado com aquele jeito de amar.
Depois de dois anos, a frase parece uma desculpa. Amar uma alma imortal parece absurdo. Sofrer é algo que devia ter ficado para trás. Essa é a concepção geral, é como as pessoas alheias a uma dor semelhante vêem.
Mas aquelas que meticolosamente se lembram do momento do anuncio do fim, tendem com o tempo se acostumar a dor de perder, e as vezes esquece-la, mas ela volta. O que trás ela a tona pode ser uma coisa insignificante, mas as lágrimas não tardam a cair.]
O que fazer quando se encontra num momento onde é irracional, e já é comprendido por quem sofre, mas a dor volta? Ou quando não se consegue recomeçar, porque ainda se está com coração longe?
Eis uma resposta que deveria vir facilmente, como se livrar ou atenuar essa dor, e recomeçar? Como explicar sem parecer um estupido por serem dois anos? Como?

06 outubro 2009

uma silenciosa mente, vazia ápos dias de turbulencias. soava estranho, acostumada com pensamentos multiplos por segundos, a mente vazia a confundia. Seria alivio, entendimento ou uma expressão de seus traços tristes?
essa mente vazia, ecoava o clap clap do teclado, a digitar palavras vazias, estranhamente padronizadas. não era a calma. eram lágrimas que se formavam e não eram derramadas.

09 agosto 2009

[para a minha tia-avó Marieta.]

Ao olhar nos olhos profundos e cheios de lágrimas, a garota já sabia o que aconteceria, a sua querida parente considerada como uma avó, logo partiria. No momento não pode fazer nada além de olhar e conversar com poucas palavras, se muitas dessas fossem ditas, as lágrimas que tanto lutara para não se formarem, cairiam em seu rosto e fariam uma estrada negra de rímel pelas bochechas. A abraçara longamente, temendo que fosse a última vez.

A festa a sua volta, lotada de rostos consangüíneos, se mostrava animada, mas seu coração decidira chorar em silencio. Se despediu de todos os seus parentes, e parou por um bom tempo a sua mais amada face da infância. Entrou no carro, sabendo que, agora, a sua 'avó' não tinha mais ressentimentos, pedira desculpas e vira os seus nem-tão-netos; sabia que ela estava feliz.

Ao entrar no carro, e na escuridão dos vidros fumé poderia discretamente deixar que duas lágrimas rolassem pelo seu rosto, apesar de não serem suficientes. Dizia adeus de algum modo, mesmo não sabendo se seria o último. Havia porem um último desejo, uma foto recente com a sua avó que na realidade era uma tia.

02 julho 2009

terminei.


~~~

Em um lugar, trazido a vida graças as risadas dos camponeses, o garoto, agora adulto, fora criado. Desde que se lembrava, uma lenda doce e entristecida lhe era contada. Sua personalidade pura como um cristal, nunca havia sofrido lapidações de sofrimento. Foi assim, que o jovem de cabelos cinzas e olhos de mesmo tom, manteve-se acreditando em contos de fadas.
Na noite do seu décimo oitavo aniversário, saiu a busca de sua crença. Seguiu pela impiedosa montanha até as ruínas dos antigos castelos amaldiçoados pelo rei. Caminhou por entre o pomar de maças verdes e ervas daninhas. E encontrou após horas de buscas, a porta vermelha, impecavelmente conservada, quebrou com o poder de socos, o selo prateado que a selava. Empurrou as pesadas toras de madeira, e se deparou com uma sala brilhante em prata e roxo.
Atraído pela beleza da luz que o lugar emitia, adentrou sem ao menos reparar na mesa de chá que se encontrava ocupada.
Com os olhos arregalados se encantava com os detalhes do ambiente e com a alma sensível, sentia um sorriso e um olhar alvo nas suas costas. Virou-se, se livrando do encantamento do prata.
-És puro, me surpreendo em ser incomodada, novamente, por alguém capaz de quebrar o encantamento. Tais palavras soavam como uma canção desafiadora.
Aproximou-se, mesmo que cego pela luz que irradiava o canto o qual a voz se originava. Apenas quando o cinza de seus olhos se acostumou com a luminosidade, foi capaz de reparar na beleza de cabelos vermelhos, pretos e loiros, que se encontrava sentada, com as pernas cruzadas reveladas por uma fenda, e possuidora de uma xícara roxa por entre os dedos longos.
-Se quebrei o feitiço, sou seu destinado.
Uma risada triste ecoou pela sala.
-Já tive meus destinados. Um deles não me teve por egoísmo e o outro me abandonou por medo. Ambos me viam como uma deusa, e não pelo o que sou. O que te tornaria diferente?
Ele manteve um silencio enquanto a sua cabeça buzinava milhares de respostas.
-Vês? Não és diferente, apenas desafiador. Por favor, vá viver fora desta sala, não será tu ou ninguém que quebrará a minha sina.
Enquanto com o olhar entristecido ela deixava o doce chá de rosas brancas descer pela sua garganta, um tom puro soou da boca do jovem.
-Meu coração.
Engasgando com a combinação mais inocente da natureza, água e rosas, ouvia as palavras que tentavam derrubar o muro que se formara em frente ao seu coração.
-Já que queres provar tanto que estou errada, escute essas palavras. My face will change, my body too. I won't be the same person, but my heart will not believe in love anymore. The only thing that will make you find me will be my eyes. In the distance they look brown, getting closer they will turn green and you will see this color again only when i cry.
Os olhos cinza hipnotizados pela movimentação da boca da jovem de cabelo coloridos, não perceberam a velocidade que a mesma quebrava a xícara, e utilizava o caco para lhe cortar o pescoço. Com um último vislumbre das asas tipo borboleta roxa que a melancólica assassina possuía fechou os olhos pela última vez.
Uma dor emanou no peito da jovem e apenas uma lágrima caia pelo seu olho direito de cor verde, no momento em que com o caco acabava com a tortura daquela vida.

A lenda tão amada pelo inocente jovem morreu entre os milhares de anos que se passaram. A alma dele se manteve pura e renasceu, numa tarde chuvosa de primavera na cidade de Londres.
Aquelas palavras se mativeram na mente do, agora, jovem de cabelos pretos e olhos da mesma cor. Naquela distante vida, ele não entendia o significavam, era alguem simples e o inglês não era ensinado para aqueles que não possuiam diploma clerico. Mas agora o misterio não era mais as palavras, mas sim a que elas o levariam.
Cresceu, e jamais esqueceu delas.
-Hey Joshua, feliz aniversário. Dizia a congratulação enquanto entregava ao jovem um dos vários convites que possuia.
-Tks Louis. Mas... o que seria 'The Sing of the Fairy'?
-Cara, você vai me agradecer. Te pego as onze.
O dia passou entre parabens e aulas tediosas. Joshua não sabia o que iria lhe esperar.
Por volta das onze horas, um corvette vermelho parou a frente da casa de dois andares. O então aniversariante desceu da pequena varanda e adentrou no carro usando do estilo James Dean.
Por fora o bar não se diferia dos tipicos pubs britanicos, mas por dentro possuia uma aura misteriosa, completada pela perversidade das garotas, semi nuas, a dançar em cima do bar. Em meio a copos e saltos, Joshua captou o brilho da joia do bar. Um par de pernas longas, brancas, acompanhadas por uma saia de babados pretos, um corpo escultural com um piercing no umbigo e um top branco. O rosto alvo, simples mas de beleza comparavel as obras dos grandes mestres pintores. Cabelos loiros, lisos da raiz até a a franja, ondulados apartir desse ponto. Tudo, coroado por um par de olhos castanhos e profundos. Dançava de modo a hipnotizar homens e mulheres. Em meio a distração criada pelos quadris da moça, esta, desaparece.
A música muda de tom, algo como jazz e música de strip. As demais dançarinas enloquecem a clientela. Até que a música para. Tudo torna-se negro. Apenas uma luz branca, execessivamente clara, aparece ao lado esquerdo da visão do jovem heroi.
O silencio se prolonga. Todos ficam cegos e atraidos àquela luz, assim como insetos. As dançarinas imoveis, agachadas no balcão.
Uma voz de tom mezzo se espalha pelo ar.
-The sound of the night. Sound true in my eyes. The silent tears. The sad face. The broken promise. Oh darling, you promised me, i'll always be by your side.
tais palavras acompanhadas de uma melodia de tons agudos de um violão eletrico. Um vulto negro aparece entre a reluzente luz. Asas de borboletas.
-But the true was... you would never be there. And i would die waiting in the silver room. Oh love were did you go? Are you here to rescue me? The sound of the bodys hitting the ground. The end of love.
Conforme a melodia, as asas batiam, e ao flutuar no ar, o corpo que era carregado pelas asas se mostrava na luz. Uma jovem loira, de olhos marrons, corpo perfeito escondido por trás do vestido roxo. Enquanto ela caminhava pelo palco, agora sem as suas asas roxas, se aproximava sem saber de um destino. Agachou-se junto ao que seria mais um trabalho. O rosto e os lábios colaram-se aos do jovem de cabelo preto. Sem ambos fecharem os olhos, ele pode ver, olhos marrons virarem verdes.
Com os passos se distanciando, os cabelos loiros se guiavam para as portas do backstage. Na visão de olhos pretos, tudo era preto e branco, menos aqueles olhos, e a dona deles.

-Viu? protemos que iriamos te dar o melhor aniversário não é?
-Quem é ela? Dizia o aniversariante, sem tirar os olhos do lugar onde a cor desapereceu.
-É a fairy. Ninguem sabe o nome dela, mas quando há um aniversariante, e se paga bem, ela lhe da um beijo com os grossos lábios.
-E se eu quiser mais?
Risadas exalaram das bocas amigas, enquanto o heroi corria em direção a porta de trás do bar. Não entendia ao certo o por que tomava tal atitude. Mas as palavras lhe soavam na mente sem parar.
Algumas horas se passaram, e sentado em um corvette vermelho ele esperava. A porta se abriu.
-Pode vir Scarlet, não há mais ninguem aqui.
-Obrigada Joe, até mais.
-Scarlet? A jovem virou se com um sorisso. Não esteve tão linda quanto hoje, da onde veio aquela canção?
A sorridente moça, com os olhos levemente tristes e sorridentes, apontou para o peito.
-Desculpe o improviso. Eu sei que tinha lhe prometido a sua canção....
A interrompendo bruscamente, respondeu com um sorriso - Agora esta é a minha canção favorita. Aproveite o dia okay querida?
Os sons do tap tap dos salto alto da bota branca da moça ecoavam pela rua. O seu barulho deixou de ser percebido graças a uma barca que passava perto. Sem ao menos notar, ao lado do par de saltos, havia um corvette vermelho.
Acostumada a lidar com homens insistentes, Scarlet parou o tilintar de seus saltos bruscamente. Surpreso pela movimentação da jovem, Joshua, acabou por cantar os pneus de seu caro corvette no asfalto molhado.
-Olhe, o show acabou. Se quiser um beijo, espere o seu aniversário e traga o dinheiro. Dizia estas palavras em um tom alto e cuidadoso, alternado pelo tap tap incesante do salto que se direcionava a caminho do club. Já quase chegava ao seu destino seguro, quando um braço puxou a pela cintura. A corrente que fechava o colete da moça se arrebentou, tamanha a força da sede do rapaz, deitada no aslfato, daquela cena só sobrou a dourada corrente quebrada.

Olhos verdes de abriram, se questionando aonde estava. Um quarto prata e roxo, sentou-se na cama com lençois vermelhos. O som de uma memoria distante se iniciava. O ranger da porta interrompeu a lembrança. Um par de olhos pretos carregava uma bandeja. Agora se lembrava, estava na porta do club, sentiu uma força a puxar e desmaiou. Devia ser ele o agressor.
-On...onde estou?
-A borboleta acorda....estas presa em uma jaula brilhante.
-Presa? Do que você esta falando? Com licença, estou saindo. Ao se levantar e passar reto pela bandeja recem colocada sobre o colchão, sentiu a força sedenta a empurrar de volta a maciez vermelha.
-Você não se lembra não é? Isso só torna tudo mais divertido. Quem sabe a xicara roxa a lembre de algo.
O jovem de cabelos pretos cai no chão, assustada ela corre e o socorre. Febre alta, murmurava palavras sem sentido, coisas de outra língua. Apesar do medo que a figura e a situação a inspiravam, decidiu que não podia deixa-lo naquele estado, não se perdoaria se deixasse.
Os dias passaram e tudo que a garota via era um rosto com traços beirando a mudança final de criança para adulto, cabelo pretos com toque de seda. Durante a calmaria entre as alucinações a garota encarava a xicara roxa. Não lembrava de nada.
Em uma manha de ceu nublado o rapaz abriu os olhos, enxergou a garota ajoelhada, sangue escorrendo no chão. Levantou-se num pulo, correu em direção a ela, mãos cortadas, um caco roxo entre elas, e um resto de xícara no chão. Olhos intensamente verdes derramavam lágrimas que diluiam o sangue que fora pingado. Habil, o rapaz fez um curativo com a sua camisa, agora, rasgada. Secou as lágrimas dela com um soriso e mãos gentis.
Ela percebia, não era ele a mesma pessoa de dias atras, era diferente, inocente. Colocou-o de volta a cama com a desculpa de uma possivel recaida. Foi para a cozinha, encostou-se nos balcões e passou as mãos cor de neve sobre a face umida pelas lágrimas. O cerebro, sem dar respostas, raciocinava e tentava assimilar o porque delas.

A porta se abriu,o rapaz rapidamente se colocou na frente da jovem.
-Por que devo me deitar? não fora tu que desmaiou ?
-já fazem dias isso.... não preciso descansar, isso tende acontecer quando ações me lembram do passado. As palavras soavam enquanto as lágrimas secavam do rosto palido.
Pegou-a no colo, e apesar da luta dos braços fracos da jovem, ele andou até coloca-la na cama.
-passado ou não te afeta...não sei o que aconteceu, mas peço desculpas. Descanse, eu irei para a sala.
-Não! - com palavras quase silenciosas disse- fique aqui, por favor...
Deitou-se ao lado da jovem, ela debaixo dos lençois, ele sob eles. Adormeceu devido ao remedio, mas não profundamente para deixar de ouvir a historia.
-Quando estava no colegial, me apaixonei pelo dito nerd do colégio.... Um dia, apos confessar os meus sentimentos, ele pediu que o esperasse perto do centro da cidade, pouco antes do anoitecer. Cega de amor, ignorei o perigo e fui. Esperei que os olhos azuis acompanhados de oculos me disessem sim. Era ao lado de um beco. Alguem me agarrou pela cintura - lágrimas caiam dos olhos mutantes - foi naquele beco, sujo que.... os olhos cegos e mais alguns abusaram de mim. Foi pela imensa semelhança que eu desmaiei...
Olhos negros cairam num profundo sono ao mesmo tempo que o telefone tocava. A jovem se levantou e pedindo desculpas silenciosas, atendeu a ligação.
-Alô? Por favor o Joshua?
-Erm...ele esta dormindo... quem é?
-Ha sim, aqui é da faculdade de engenharia eletronica. Estamos só checando como ele estava. Fico feliz que alguem esteja com ele...das ultimas vezes ele sempre esteve sozinho. Qual o estado dele?
-A febre abaixou....mas como assim das ultimas vezes?
-A senhorita não sabe? Então como... esqueca....ele esta num estagio terminal... pelo menos não esta sozinho.... diga que a escola vai tomar os mesmos procedimentos de sempre, e que desejamos melhoras. Obrigada
Tum, tum, tum fazia o telefone. O cerebro da jovem corria e tentava assimilar as informações, o tum tum tum do telefone ecoava infinitamente na sua cabeça.

Era dia, mas para os olhos castanhos esverdeados, era noite. O tum tum tum do telefone lhe trouxera uma tristeza incosolavel, afinal o que era este estagio terminal. Sua cabeça doia frente as milhares de informações. Por que ele estava sozinho?
Deitou-se na sala, adormeceu graças a depressão.
Passos pesados no chão caminhavam em direção a sala.
-Teimosa....
A carregou até o quarto, a cobriu e ficou a observar aquele rosto. Estranhamente seu coração acelerava a medida que as cores irradiadas pelo quarto iluminavam a jovem. Estava perdidamente tomado por pensamentos sobre ela.
Dentro da cabeleireira loira, um pesadelo banhado a sangue e xícara roxa, a interrompeu de continuar no mundo dos sonhos. Os olhos castanhos se deparam com os olhos negros. A atração de pensamentos tomados, levou a toques intimos entre os dois.
Naquele dia, o passado e o presente, os olhos mutantes e os negros, se tornaram seguidores do destino. Amantes afinal.
Os corpos nus exalavam a alegria do encontro dos pensamentos. Naquela noite, o sono não bateu a porta. Com o raiar da madrugada a verdade veio a tona.
O estágio terminal significava que os medicos não tinham mais o que fazer, e que em breve o cancer o levaria embora desta terra. Se dizia em paz, mas agora desejava que não estivesse nessa situação.
-Josh? o que você quis dizer sobre a xícara roxa? Eu sinto que me esqueci de algo relacionado a ela.. mas não consigo lembrar... o que é que eu esqueci ?
- Xícara roxa? o que eu falei? Não leve nada a serio do que eu falei em outros dias, além de hoje. Tendo a delirar graças ao tumor.
Um beijo selou a pergunta. A xícara porem nunca deixou de habitar a mente da jovem beldade.


Os meses se passaram como a velocidade da viagem que um raio faz, da nuvem ao chão, foram meses felizes e temorosos. O estranho catalizador da relação pre-destinada virou uma reles piada. Foram doces memórias as criadas. Mas naquele dia frio de junho tudo mudaria. O encontro seria o mesmo de sempre, após o trabalho, no carro vermelho. A noite havia acabado e o sol raiava, cabelos voaram com presa pela porta, mas não havia carro. O celular soou dezoito vezes, ninguem atendeu. Despreocupação soou pela cabeça. Um taxi, alguns trocados, chegar em casa.
Abriu a porta, sem tentar fazer barulho, mas como sempre ninguem a consertará e possivelmente teria acordado o predio todo.
-Baby, cheguei.
Silêncio. Seria apenas um sono pesado, certo? Os passos se apressaram, a porta fechada se abria lentamente, apesar da presa com que fazia o movimento. Ali estava o seu estranho par perfeito, deitado de costas com a chave em suas mãos, um corpo no chão. O seu berro ecoou pelas paredes finas do prédio, vizinhos curiosos e nervosos, berravam e se apresaram para a origem do berro. Uma ambulância a caminho. Nenhum batimento cardiaco.
Lagrimas desesperadas por um rastro do doce som do sangue fluindo pelo corpo. Nada a fazer. Um abraço vizinho. Sensação de irrealidade.
O dia seguinte, um corpo rumo seu descanso eterno, visões de tecidos em preto, uma área ampla e silenciada pelas lágrimas. Imensos discursos sobre uma vida que se fora. uma cadeira para se sentar, joelhos fracos para se manterem em pé. condolencias por todos os lados. ouvidos que se negam a ouvir. um repentino esvaziamento. ficou apenas a cadeira, a garota e um recém coberto buraco. lagrimas a alimentar a terra sedenta. joelhos tocam a terra úmida, uma flor num par de mãos sobre a terra seca. o desespero silencioso. os olhos mutantes se fecham.


Os mutantes olhos se abriram, a imagem da xícara roxa sobre o mar do líquido vermelho estampado em suas palpebras. As pesadas asas de borboleta a levaram até os doces olhos cinzas. Braços o envolveram e mancharam sua vestimenta de um rubro conhecido. memórias de uma vida futura a consumiam por dentro, a dor se expressava em seus olhos tornando-os eternamente verdes. o rubro líquido se misturou com a transparente água que caia dos antigos olhos mutantes.
Sua maldição ecoava na cabeça, esperava que as portas se fechassem novamente para que então pudesse se martirizar....Porém apenas um silencio, interrompido apenas pelos sons abafados de suas lágrimas contra o tecido e pele.
Estava cega. cega de tamanha tristeza. Nem ao menos sonhou ou cogitou com o fim daquela maldição, com o fechamento da ferida.
Foi atraves destas lágrimas que como uma agulha com linha atravessa um tecido que a ferida se chegou. as lágrimas reabriram o coração lacrado pelo frio. elas a libertaram e a porta se entreabriu. cega, surpresa e temorosa com o corrido, correu para a porta e fechou-a, porem ao virar-se não encontrou o corpo frio e inocente, sumirá no ar.
Dezoito anos se passaram, e a bela de cabelos coloridos, permanecem com os olhos verdes, sentada em sua mesa, tomando chá com lágrimas. Um estranho dia a porta se abriu, e dela apareceu um homem, de olhos cinza e coração inocente. Cega pelas lágrimas, não perceberá a pessoa a quem se deparava, e reiniciava o seu discurso, até ouvir a frase que quebrará o lacre.
um pedaço de torta, com morangos vermelhos e suculentos, adentra a boca cortada pelo frio do inverno tropical. Traços voltados para uma tela com imagens aleatórias. Mente tentando negar e voltar ao modo robotico de 'sorrir acima de tudo'. A cabeça latejando com as recentes lágrimas, o mundo estranhamente ignorante de tudo.
ao vento forte de uma noite com sinais de mudança climática, pessoas em volta, todas de costas. questionamentos sobre a realidade ou irrealidade deste mundo se esboçando ao fundo.
desvio de olhar, uma pessoa, um tanto distante, com um sorriso verdadeiro. olhos curiosos. aparencia de liberdade, de ser verdadeira, viver a vida. profundo desejo de ser livre.
olhos se fecham, a luz da tela e do sol frio batendo sobre as palpebras. um pássaro pré-histórico levante o corpo e a tela. o céu azul, o vento no rosto. a liberdade.
olhos se abrem ao toque de uma gota. fechar a tela, colocar-la na bolsa, correr. mente vazia.

17 junho 2009

van:'quero uma guia p ir ao psicólogo'
médico:'mas pq?'
v:'pq meus pais estão divorciando'
m: 'e vc ta mal com isso?'
v: "ñ, é q eles moram na msm casa, ae fica difícil pra mim aguentar'
m: 'completamente compreensível'
é engraçado como as vezes, bem as vezes, a vida tem traços de certos filmes. Você vê aquela cena onde a família perde tudo, e aos poucos se perde;ou como um relacionamento mãe-filha pode criar uma enorme distância.
exemplos reais ao longo do feriado e começo da semana. por certos segundo me espantei com a ignorância, o preconceito, a hipocrisia e a mais óbvia cara de pau.
as palavras machucam mais do que parecem, e numa relação com tamanha distância já criada, a utilização de mais algumas frases só ajuda a determinar o fim de algo.
desejos quase profundos de que tudo acabe, cada um do seu lado e quem os seguir juntos. por pouco não teve um traço de tristeza, a qual só fez um breve aparição devido a poucos sorissos.
gritos aprofundam uma possível confusão. perdida? aonde? no meio desta guerra de berros e problemas que não ousam nem ouvir falar?
ajuda? existe isso perante a uma guerra de egos feridos e ignorância perante aqueles que vieram de seus genes?
relatos de uma casa que sobrevive entre berros de egos em divorcio.

27 abril 2009

Nas cores dos sonhos, branco, vermelho, preto e azul, montam-se os borrões semelhantes do dia-a-dia. Rápido e sem vida foi se pintando esta parte do futuro-passado. A lembrança xumbi relembra o então prazer de se viver. A correria da sociedade, o fluxo da vida lhe levam a esquecer os princípios, e esquecer-se do impulso ao deita-se no travesseiro. Dia após dia, ruga à ruga presa nos desejos alheios, passa a vida e envelhece
Inquietação de 19 dias após o começo do mês.
As noites sem sono e rascunhos excessivamente doloridos.
Algum dia dorumiu no 19?
Carros resoam do lado de fora
Necessidade da, pura, brisa batendo no rosto;
Mas presa em dores e numa moradia desconhecida
torna dificil de chegar....
cansada de lutar,
noites sem descanso,
coração desapaixonado,
lembranças imaginadas,
inquietação musical.
o tic do relógio
a contração do coração, a cada batida.
as lágrimas escondidas
a solidão e a dor cavando fundo
um boa noite estranho, desejo de que fosse conhecido.
o tic do relógio
a contração do coração
cavam mais fundo.

15 janeiro 2009

medo.intenso medo.
um simples dobrar contido
os mecanismos minimamente calculados,
congelados.
complemente imobilizados,
eles, afetam cada parte da construção.
quebrado, quebrado,
completamente imobilidado,
o mecanismo se mantém
tendo como unica certeza
o tic tac, tic tac, do relogio
que traz a atenção de volta ao mecanismo contido.

06 janeiro 2009


tic tac. tic tac. tic tac. tac tic.
o cerebro cansado conta os sons do relogio antigo, as horas passam rapidamente. trancado em seu leito, ele deita, apenas a contar
tic tac. tic tac.
a luz do quarto some pela janela e reparece inumeras vezes.
ha quantos dias se encontrava imobilizado?
tic tac. tic tac. tac tic.
o badalar dos ponteiros do relógio cuco ecoam na mente.
Aonde colocou se remedio?
tic tac. tac tic. tac tic. tac tic.
o som atingia as partes internas do cerebro.
Maldita dor de cabeça.
tac tic.tac tic. tac tic. tac tic. tac tic.
Muletas, onde estão as minhas muletas?
tac tic.tac tic. tac tic. tac tic. tac tic.
tock. tock. tock.
boom.
tock. tock. tock.
silêncio.
suave silencio dos encontro de palpebras.
silencio.
silencio.
silencio.
maldito silêncio!
silencio.
Querida?
silencio.
Insonia! pode me deixar repousar?
silencio.
desencontro eterno de palpebras.