21 dezembro 2008

na calada da noite, após a morte de todos os barulhos e do silencio, o olhar perdido se desmascara nas salgadas gotas que percorrem pela elástica pele. o amado cheiro de lírios brancos deixa de trazer o soriso doloroso; a marca arredonda e invisivelmente gelada se mantém vivida na memoria e corpo. Sentia-se jogada naquele momento toda vez que encontrava-se na escuridão de olhos fechados e luzes apagadas; soava como se tivesse perdido a liberdade quando lhe levaram tudo.
Medo,intenso, de dormir, de sair, de acordar, de tudo. De ter perdido a única coisa que lhe trazia um riso ocasionalmente. Sentia a falta do escandaloso e galante conjunto de notas musicais ao lado da cama. Sentia duvidas se conseguiria sobreviver aquela época sem o alivio que aquela maquina lhe trouxera.
Desejo intenso de sair deste mundo, desejar intensamente em mergulhar naquele mundo que criara, mas agora o fora roubado.